Avaliação em contextos de elearning: reflexões finais

Resumindo o impacto desta UC: fraturante.

Foto de Josh Hild no Pexels

Arrasou as minhas rotinas avaliativas e estimulou atividades em que os alunos foram sendo cada vez mais o centro. Depois da Covid-19 – ou ao mesmo tempo que ela e o confinamento? – virou a minha perspetiva e as minhas práticas letivas do avesso…

Percorrendo a UC por atividades, eis a síntese possível, pessoal e com (muito pouco) filtro (mas, mesmo assim, com algum!):

Identificar e discutir significados e ideias associados ao conceito de avaliação: parecia simples, mas não foi assim tanto. Foi o princípio do fim de todos os dogmas sobre avaliação como medida e avaliação como estratégia para estimular a aprendizagem.

Avaliação pedagógica – atuais perspetivas: fiquei contente por ter feito a ação de curta duração sobre o Projeto MAIA e já estar mais a par de alguns conceitos fundamentais de Domingos Fernandes que ajudaram a reconhecer ideias-chave em Jorge Pinto. Desafio que me agradou nesta atividade: o apelo ao poder de síntese depois de ler um texto longo, que é, em si, uma ótima estratégia de avaliação. E claro que me agradou também a troca de ideias com os colegas. Algo que nem sempre foi bem conseguido ou que começou a ser cada vez mais difícil, com o avanço da UC.

Avaliação pedagógica digital em Contextos de Elearning: início da minha parceria com a Ana Loureiro e a Célia Ribeiro. Adorei trabalhar com elas. Não faço segredo disso. É estimulante trabalhar com quem não tem problemas em debater assuntos e não encara uma crítica ou uma ideia diferente como crime de lesa-majestade. Senti que este trabalho fraturou mais do que só a minha visão de como e o que avaliar e porquê… ao longo da UC senti que estalou algum verniz, que se acantonaram alguns colegas nos seus grupitos (poucas foram as mudanças entre grupos) e a troca de ideias foi por vezes pobre. Por vezes, foi uma rajada de argumentos, nem sempre pesados e medidos… ou bem escritos. Desse ponto de vista, perderam-se oportunidades. Ou talvez não… porque, como me apercebi depois, é tudo uma questão de escolhas de interlocutor. E há interlocutores que pode não valer a pena ter. Isso influenciou bastante também as minhas escolhas. Sou culpada do mesmo “pecado”.

O trabalho em si… divertido de fazer, desafiante de sintetizar. Detestei não ter aprendido bem a lição e não ter percebido a tempo que uma rubrica não é uma ferramenta de avaliação, caramba! Não me perdoarei isso jamais. E acho que não volto a esquecer-me! Foi nesta atividade da UC que, já fartinha de alguns argumentos sobre professores que avaliam mal e avaliação formativa disfarçada de sumativa, me lancei num enoooooorme post sobre o enquadramento legal da avaliação sumativa strictu sensu (e lá irritei mais umas almas… A intenção não era ofender! Mas pelo menos li menos lamúrias sobre esse tópico…).

Outra coisa que esta atividade conseguiu foi alinhar-me sempre com atividades com alunos e práticas de avaliação. Esta UC foi das que me lembrou mais os meus alunos. Sei que falei muito deles e do que fazia e fiz com eles. Não era show off… era… o que fazia sentido. O que me ajudava a levar a UC para as aulas e me lembrava das aulas na UC… foi difícil não dar (mais) exemplos dos “meus miúdos”, que foram meus companheiros e cúmplices de elearning (sem serem cobaias desprevenidas…).

Instrumentos de avaliação pedagógica em contextos de elearning: oh, Deus… foi tão bom… e foi tão mau. Adorei, mais uma vez e sempre, trabalhar com a Ana e a Célia. Não por sermos as três professoras de línguas. É que toda e qualquer semelhança entre nós acaba aí… os contextos educativos são totalmente distintos entre nós. Ok, duas de nós dão inglês… mas é só. Somos mesmo muito diferentes, trabalhávamos a horas muito diferentes, mas a coisa fluía…

E “fluiu” bastante: um mini-site como artefacto de um estudo de caso sobre avaliação em contexto de elearning foi dose. Matámos o doente com tal dose cavalar, foi o que senti. Nota mental: aperfeiçoar as hiperligações (leia-se, eliminar algumas). Aquele comentário do looping eterno matou-me. Nada que o Luís não tivesse avisado… Pior do que isso: tiro no pé! Perdemos o foco? Como?? E uma rubrica é uma rubrica é uma rubrica! Não é uma ferramenta de avaliação! Ora bolas…

“…uma rubrica não é um instrumento/ferramenta de avaliação. Uma rubrica é uma matriz que especifica níveis de desempenho ou de compreensão sustentados por critérios de qualidade relacionados com a realização de um dado trabalho/produto. Orienta professores e alunos, sobre o que se pretende e como se avalia, mas não constitui um instrumento de avaliação, nem se inclui na categoria de ferramenta digital.” Sim, Professora…

Nesta atividade, teremos andado todos (mesmo todos, professoras e tudo) algo… desfocados? Eu sei que li bem o que se pedia e até o referi nos comentários / nas questões aos outros grupos. Aliás, fiz isso sempre nas atividades todas. Portanto, isto correu tão mal porquê?

Bom… sobre o site: to be continued. Disse-o e assim será. Preciso é tempo… sabem onde há disso?

Avaliação pedagógica num contexto online: conceber um módulo de formação, desenhar toda a avaliação pedagógica, fazer a descrição detalhada das atividades e procedimentos de avaliação desse módulo e fundamentar teoricamente a proposta apresentada em função do modelo PrACT foi “o” trabalho da UC. E revelou a maturidade e a qualidade do percurso do meu grupo.

Gostei imenso de criar um ebook para a fundamentação teórica, à semelhança do ebook que serviu de base teórica para o modelo de avaliação, e de dar corpo ao módulo original e da autoria integral de um dos nossos maravilhosos cérebros.

No meu site e neste meu post, desculpem lá, pode não ser bonito, mas babo-me de orgulho à vontade.

Adoro o ebook e todo o cuidado que pusemos no seu conteúdo, tal como adoro que tenhamos sido o único grupo a dar corpo a esse módulo de formação “de autora” num verdadeiro LMS, o moodle. Quem quiser espreitar… só tem que inscrever-se e visitar o curso.

Todas e quaisquer outras tentativas… (aqui censurei-me mesmo, teve que ser!)

Avaliação de / por pares: um enorme desafio que acabei por compreender. É formativo e um exercício complexo que espero todos tenhamos feito com uma coisa muito, muito difícil… ética.

Autoavaliação: igualmente desafiante, mas muito mais fácil de fazer, porque não preciso filtrar nadinha. Digo como entendo que é e pronto. Sem dourar a pílula, reconhecendo méritos e falhas.

Foto de Tembela Bohle no Pexels

Aprendemos muito. E foi muito bom. Agradeço os ensinamentos, as partilhas e as coisas menos boas, que sempre me fizeram pensar e avançar.

A minha cabeça já está noutras “viagens”, norteada por vários dos ensinamentos que esta UC me proporcionou.

Uma palavra final de apreço para a Professora Lúcia Amante, cujo sentido crítico aprecio e valorizo, e para a Elizabeth, pelos conhecimentos partilhados e pela delicadeza e simpatia. Algo que nem sempre se consegue manter ou transmitir em fórum.

Um aspeto que ambas podem ter em conta futuramente: dar feedback a todos os grupos ou alunos se se propuserem dar a algum. Todos nós precisamos e valorizamos essas orientações. Isso nem sempre aconteceu.

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